Capear é pôr o navio à capa, ou capear, é manter o navio com a proa chegada ao vento para aguentar o mau tempo, com pouco seguimento, mas abatendo consideravelmente e formando uma esteira de calma. Um navio está à “capa seguida” quando tem seguimento bastante para governar; em caso contrário, quando o navio vai abatendo e cedendo ao mar e ao vento, diz-se que a capa é rigorosa.

Desfazer a capa é arribar para sair da capa, ou por não ser ela mais necessária, ou por se ter tornado perigosa para o navio devido à violência do mar e à impetuosidade do vento; no último caso põe-se o mar na popa para correr com o tempo.

A capa é manobra muito eficiente e foi sempre usada nos navios de vela para suportar um temporal, porque, em geral, eles podem pôr o mar pela bochecha, deixando somente o pano suficiente para manter o rumo com pouco ou nenhum seguimento, e abatendo.

Nem sempre é fácil manter à capa os navio modernos de propulsão mecânica, porque eles tem grande propensão à arribada com vento pela bochecha e não há o velame para contrariar esta tendência e, mais, é difícil manter o governo com muito mar e pouca velocidade.

Se o navio estiver muito castigado com a proa perto da linha do vento, pode-se tentar manter o rumo com o vento aberto de 30 a 45 graus pela bochecha. Em alguns navio usa-se uma âncora flutuante. A velocidade deve ser reduzida ao mínimo possível para manter o governo, e o leme se põe a barlavento. Nos navios de dois hélices, a máquina de sotavento deve dar algumas rotações mais que a outra, para ajudar o leme a compensar a tendência do navio à arribada. Se houver possibilidade do hélice disparar, pára-se a máquina ao se aproximar uma vaga excessivamente grande até ter passado o perigo. Muitos navios tem se mantido assim navegando a capa, quando surpreendidos por um temporal no mar.

Capear em águas pouco profundas

Em águas pouco profundas, alguns navios tem-se aguentado relativamente bem no mar destalingando a amarra e deixando-a correr livremente no fundo, com filame suficiente para manter o navio na posição desejada.

Quando o navio à capa acha-se impotente para lutar contra a violência do vento e afrontar a fúria do mar, havendo receio que ele não possa levantar sobre a vaga, adormeça ou mesmo soçobre , é melhor desfazer a capa para dar a popa ao mar e correr com o tempo. Mas a manobra de desfazer a capa é perigosa, exige habilidade, precisão de vozes e presteza na execução. As guinadas bruscas devem ser evitadas, e posição crítica é quando o navio atravessa ao mar. Convém evoluir no jazigo da vaga, isto é, no dorso de uma onda cuja crista acaba de passar. (Compilado de: Arte Naval, SDM, 2005, 7ªEd.)

Vídeo: à capa.

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Reginaldo Mauro Neves é fundador e administrador do Clube do Arrais. Mestre-Amador, Veterano da Marinha do Brasil | Ex-tripulante da Fragata "Liberal" (1991-1993) | Operador de Radar na Fragata "Independência" (1995-1997) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Dodsworth" (2000 - 2003) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Greenhalgh" (2003 - 2005) | Encarregado da Seção de Segurança do Tráfego Aquaviário na Agência Fluvial de Imperatriz-MA (2008 - 2011)

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