Velejadores brasileiros detidos em Cabo Verde deixam prisão

velejadores soltos em cabo verde

Três velejadores brasileiros presos em Cabo Verde há 16 meses deixaram a cadeia na última quinta-feira (7/02). Eles foram condenados a 10 anos de pena por tráfico internacional de drogas. Em janeiro, a Justiça do país já havia anulado a sentença, mas ainda não havia garantia de que eles seriam libertados, o que ocorreu dia 7, com a expedição da ordem de soltura. As informações são da Agência Brasil/EBC e do O Estado de São Paulo.

Daniel Felipe da Silva Guerra, Rodrigo Lima Dantas e Daniel Ribeiro Dantas foram detidos em agosto de 2017. Eles se dirigiam ao arquipélago de Açores quando foram abordados pela polícia de Cabo Verde, que encontrou mais de uma tonelada de cocaína na embarcação.

Também foi preso o capitão francês Olivier Thomas, que comandava o barco. Eles foram julgados e tiveram a prisão preventiva decretada no mesmo ano.

Defesa

Os velejadores alegaram terem sido incriminados injustamente. A defesa tentou incluir no processo um inquérito da Polícia Federal que reforçava essa argumentação, indicando possibilidades de participação do dono da embarcação.

A anulação da sentença, contudo, se deu porque uma juíza atendeu aos questionamentos dos advogados alegando a existência de problemas processuais e de desrespeito ao direito de defesa dos condenados.

Relembre o Caso

Os três velejadores foram detidos em agosto de 2017, enquanto faziam uma travessia pelo Oceano Atlântico. Eles saíram do Brasil com destino ao Arquipélago dos Açores, em Portugal, mas tiveram a viagem interrompida ao fazer uma parada na cidade de Mindelo, após as autoridades cabo-verdianas encontrarem mais de uma tonelada de cocaína escondida no veleiro. Os brasileiros e o capitão francês Olivier Thomas, que também estava a bordo da embarcação, alegam ter sido incriminados injustamente.

Cronologia

Em agosto de 2016 os três velejadores atenderam ao anúncio de uma empresa holandesa que buscava tripulantes para o veleiro Rich Harvest, que deveria ser conduzido do Brasil para o arquipélago dos Açores.

De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo”, entre a contratação da equipe, e a saída, houve vários percalços. O Rich Harvest apresentou problemas, seguindo para Salvador, para ser reparado no estaleiro OCEANA. Ali, soube-se depois que o proprietário (o inglês George Saul) pediu que o tanque de água fosse levantado do casco, onde uma caixa oca, de cimento, mesmo material do casco, foi construída e laminada em volta. Foram meses de reformas. Em seguida navegou para o Espírito Santo, com o proprietário e outra tripulação. Ao chegarem, a equipe foi dispensada, ficando apenas o dono. Não se sabe o que houve. Mas sabe-se que foi de lá que o proprietário ligou aos baianos, recrutados na OCEANA pedindo que viessem buscar o veleiro e levá-lo à Bahia. De lá seguiram para Natal, último porto brasileiro onde esteve.

Alertas

A PF, alertada pela agência britânica NCA (National crime Agency), fez vistorias em Natal por seis horas, com cães farejadores, não encontrando nada e liberando a embarcação para seguir viagem. O dono, repentinamente, alegando problemas familiares, não embarcou.

Ao chegarem a Cabo Verde, a Polícia local recebeu novo alerta e procedeu a nova vistoria da embarcação. Desta vez foram encontrados 1.157 quilos da mais pura cocaína, estimados em valor de mercado de R$ 800 milhões de reais. Alí terminava a travessia para Cabo Verde. E começava a travessia para o inferno.

Inocentados pela PF

A Polícia Federal, no decorrer das investigações, emitiu relatório inocentando os brasileiros. Porém as autoridades brasileiras perderam o prazo e a justiça de Cabo Verde desconsiderou as alegações da PF. O próprio presidente Michel Temer fez gestões junto ao governo local, dando, assim seu voto de confiança à equipe.

Fonte: Agência Brasil/ EBC/ O Estado de São Paulo.

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Reginaldo Mauro Neves é fundador e administrador do Clube do Arrais. Mestre-Amador, Veterano da Marinha do Brasil | Ex-tripulante da Fragata "Liberal" (1991-1993) | Operador de Radar na Fragata "Independência" (1995-1997) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Dodsworth" (2000 - 2003) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Greenhalgh" (2003 - 2005) | Encarregado da Seção de Segurança do Tráfego Aquaviário na Agência Fluvial de Imperatriz-MA (2008 - 2011)

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